sexta-feira, junho 30, 2006

POESIA HOLÍSTICA



A porta se abre, o cheiro perfumado do incenso invade meu corpo e eu me sento.
Conversamos eu e ele... Anaminese... vozes baixas, conversa tranquila e aquela música serena e tranquilizante.
Me deito e em silêncio profundo... ambiente energizado e iluminado.
Meus pés massageados dedo a dedo, os pontos de tensão, pernas, braços, ombros e as costas... o toque das mãos, o corpo leve a mente se eleva e quase durmo.
Meu corpo envolvido por uma aura violeta... os chacras são tocados um a um.
Já em minha cabeça ele toca com seus dedos, entre meus olhos, o chamando terceiro-olho... e ele massageia.
O cheiro forte da artemísia se faz presente no ar... As agulhas são colocadas ponto a ponto.
Pequenas descargas são sentidas... braços e pernas se tornam pesados meu corpo em intensa eletricidade vibra.
Porém tranquilo quase Zen.. em Alfa estou no momento.
Ali por minutos eu fico deitado ao som do canto dos pássaros, a chuva caindo... ele balbucia coisas de luz ao meu ouvido.
Duas horas se passam em poucos minutos como um flash... estou renovado pronto pra enfrentar a briga da vida la fora.
Me sinto em paz, leve e tranquilo... e saio dali para a calçada, para a minha caminhada diária a beira-mar.



( EDUARDO BARROS )

CAMINHANDO SOBRE LETRAS

Quando escrevo meus versos minhas linhas bem traçadas... como ruas, praças e esquinas onde minha mente caminha entre curvas.
Das linhas, letras e versos vejo casais namorando brinco com pássaros vejo lagos, rios e belas cachoeiras... vejo o sol brilhando naquela manhã.
Das linhas, eu mergulho nos mares do mundo, passeio por vielas, por becos e vilas...
Das linhas, eu caminho nas nuvens, eu passo por pontes, me carrego no tempo... vou ao passado na mesma distância e rapidez como vou ao futuro... no solo da Lua eu me deito, me penduro em estrelas cadentes.
Das linhas e letras, eu conto os meus choros e alegrias, desvendo segredos eu mostro meu íntimo... e de letras em letras, de linha e linhas eu me movo pra qualquer canto... porque a magia da poesia a gente só encontra aqui nas linhas bem traçadas, na ponta de uma caneta, num pedacinho de papel, e na mente o meu caminhar.



( EDUARDO BARROS )

OLHAR VIRTUAL

Sobrecarrego minha tristeza com a alegria dos amigos trago pra mim a ternura a extroversão de pessoas que conheço a muito e pouco tempo.
Pessoas com quem falo de tudo... de um simples olá como vai? um pequeno problema e com deliciosas e belas gargalhadas.
E pensar que fazemos tudo isso num anbiente virtual onde só sinto os amigos através de textos, fotos, um correio eletrônico e por vezes em imagens animadas, visualizadas por uma pequena câmera digital.
Meus momentos de esquecimento, os sonhos e coisas ruins que acontecem fora daqui...
O escuro da vida se torna claro como a luz do sol, que faz com que eu me sinta tão bem teclando o dia todo.
Escrevendo e lendo o que os meus amigos trazem a mim através de páginas, sites e blogs onde consigo entender o porque de tantas pessoas que colocam seus escritos, longas linhas traçadas, imagens... tudo o que o perfil de cada umas delas possa trazer...
Um desenho dos sentimentos de cada um, de um pro o outro.



( EDUARDO BARROS )

quinta-feira, junho 29, 2006

PRISÃO

A raiva,
tensão,
o logro,
o tiro,
uma arma na mão.



O banco do réu,
o remorso,
a culpa,
a sentença,
o martelo à mão.

O portão grandes grades,
a algema do crime a prisão.
O descaso,
o acaso,
a sujeira da droga a eliminação.
O expurgo,
o tempo perdido,
a mente doída,
a dor da saída...
libertação.



(EDUARDO BARROS)

CONJECTURAS


Eu mergulho o meu coração desenfreado
aos sentimentos que tenho guardado comigo
nos versos contidos dentro do meu peito.

Eu afino e as vezes desafino...
coloco prosas contos poesias e versos sem nexo.
Mais o que importa se a leitura de quem as vê?

Pessoas que se integram e se entregam
como eu dentro do texto desenvolvido.
O importante nessa história toda é que ao colocar

minha mente aberta e clara em sintonia com
algo mágico eu me levo a sonhos e
os faço sonhar comigo.


(EDUARDO BARROS )

FORTE DE SANTA CRUZ

Aquele Forte Militar onde entrei...

soldados armados. Dia de visita estava sol o ceu azul.
Na entrada o guia nos convida a minha primeira linda e grandiosa imagem foi a visão da bandeira nacional tremulando la no alto.
O guia nos mostra uma placa de bronze, onde ali escrito ele nos falava das batalhas e passagens acontecidas ano após ano.
A frente eu vejo canhões apontados para a baía da Guanabara a esquerda uma bela capela e a santa protetora dos soldados de madeira maciça com dois metros de altura.
E fomos andando o guia sabedor nos conta passo a passo a história do passado.
Seguindo um farol imenso e eu imaginava a noite, os navios inimigos entrando e sendo bombardeados por nossos soldados a minha mente voa...
Descemos uma grande escada de pedras muitos degraus e abaixo escondidos em becos escuros mais canhões extrategicamente colocados um verdadeiro arsenal de morte.
Subimos uma pequena ladeira e dali outra rampa... paramos e observamos muitas salas escuras cheiro forte de môfo eu sinto o desespero dos presos ali colocados.
Aquele guia nos conta que ali os inimigos da Pátria eram colocados por dois meses as escuras sem higiene total podridão.
Depois eram pegos e colocados num pátio ensolarado onde suas cabeças erguidas para o alto e o sol a pino os deixariam cegos para sempre e de volta ao calabouço eram ali esquecidos.
Até que a fome, a mente morta e a doença os matassem de vez...
Tortura,
Imbecilidade, Crueldade, Poder.
Desci rapidamente daquele lugar sombrio e triste eu não concebia não admitia que nossos soldados, valorosos soldados pudessem matar homens de família daquela forma.
Um passeio lindo de imagens lindas acabou se tornando numa caminhada triste e pensativo eu estava.
Cruel os vivos e os mortos que sobreviveram aquele passado tão ruim de guerra num Quartel tão lindo na Baía da Guanabara.

( EDUARDO BARROS )

DESPEDIDA TRISTE


Mórbida vida que me alucina que deixa marcas de momentos ruins e trágicos que passei um dia.
O dia dos corpos extendidos naquele asfalto morno num fim de tarde quase noite onde o choro e a desolação atormentavam minha mente.
Aquela sepultura os nossos amigos coroas de flores bilhetes deixados perdidos ao vento.
Um corpo que desce um cara que eu amo o mano se vai...
O dia do susto do sono tranquilo o telefone que toca o aviso nervoso os olhos molhados lacrimejados o que pensar?
Me vejo a correr naquela avenida os postes e calçadas passam rapidamente e dentro da minha mente o vejo caído um corpo sofrido e batalhador.
E na dor eu o vejo deitado ao chão os olhos abertos do choque da hora eu toco seu rosto converso com ele mais ele se foi.
Aquela sepultura os nossos amigos coroas e flores bilhetes deixados perdidos ao vento.
Um corpo que desce um cara que eu amo o pai que se vai...
Pequena lembrança a saudade que fica de meu irmão e de meu grande amigo Pai.





(EDUARDO BARROS)

MENTE POETICAMENTE LOUCA


Os vínculos que se integram as profundezas da mente vazia onde são efetuadas transmissões racionais da loucura humana.
Neurônios desprendidos e apagados o ouvido médio nas incursas e duvidosas vozes que se ouvem e que se calam.
O enigmático poder com que os mistérios da terceira visão no centro de sua face completamente mudada e perpléxa.
Possa com sua força e o seu poder girar as coisas para os lados cavernosos onde o mal sobrepoe o bem.
E a morte lenta se coloca presente rapidamente porque só os loucos conseguem tirar da leitura mau oxigenada dos dedos de quem escreve textos sem nexo de um poeta extremamente vil e cruel.




( EDUARDO BARROS )

FRENESI


Dentro de ti...
eu me aprofundo me desnudo
coloco meus desejos e
prazeres a margem de tudo.

Dentro de ti...
eu te quero a toda hora sabor,
cheiro lambidas e sonhos do momento maior.

Dentro de ti...
amor sem rodeios pele,
mamilos meu sonho clitoriano.

Dentro de ti...
profunda razão da vida amor loucura
paixão que avassala estrapola que tira da
gente a percepção de quem só quer fazer amor.



(EDUARDO BARROS)

TRANSA


Começando pelos pés chupando seus dedinhos beliscando com meus dentes...
Ela fala para! e eu continuo ela diz vai! e eu já fui...
Subindo de mansinho suas pernas levemente aveludadas que se fazem raspar a minha barba...
Quase lá já sinto o odor do desejo estou entre suas coxas e subindo que perfume...
Me delicio toco com meus dedos ela gosta e minha língua brinca enquanto ela geme...
Ela se perde em prazer total seios desnudos fartos eu me deleito no leito o gozo daquela felina...
Nos beijamos a minha língua na dela e a dela na minha o céu da boca as mãos se perdem no espaço dos nossos corpos...
Preliminares de um grande jogo da sedução um fogo ardente que só termina quando nossos corpos cansados estenuados após longo e precioso sexo forem derrotados pelo longo caminho do sono.



( EDUARDO BARROS )

MISSIVA


Ó! mensageiro do amor...
tu que leva minha palavra meu verso minha letra meu pensamento.
Ó! Mensageiro do amor...
tu que muda o semblante de quem a recebe que torna o destinatário sentir uma princesa no céu e uma deusa na terra.
Mensageiro que leva a palavra amiga o amor da vida da distância separada a paixão que chega renovada que mata a saudade e a dor.
Mensageiro que leva a boca, os olhos meu cheiro a presença permanente o sonho e o amor da gente.



( EDUARDO BARROS )

A TROCA


Como é bom conhecer as pessoas, fazer amizades a qual nem conhecemos... engraçado isso!
Através das letras das imagens e textos elaborados vamos sentindo os sentimentos e as emoções que nos aflige.
Acabamos parecendo médicos e clientes videntes e gurús...

através de comentários e e-mail`s vamos trocando sensações que nunca pensaríamos ter.
O desânimo

A alegria
A tristeza
A depressão e a briga conjugal.
Tudo por aqui é como se fosse minha própria família...

acabamos absorvendo todo sentimento vivido por tantas pessoas amigas.
Fotografias arquivos e programas tudo é trocado e enviado.
Os meus segredos e os segredos dos outros...

tudo sabemos e guardados como num cofre a gente tenta esconder refletir para que no outro dia através de outro contato virtual possamos aumentar a nossa auto-estima.
Aqueles que nos procuram sempre no nosso consultório do imaginário.



( EDUARDO BARROS )

quarta-feira, junho 28, 2006

A TUA CAIXINHA


Aquela pequena caixinha estão guardados nossos segredos nosso íntimo nossa vida...
Alí estão papéis bilhetes e cartões cartas enviadas por você a tempos atrás...
Em preciosas linhas você escreve coisas belas momentos que estivemos juntos nosso começo vejo nossas fotos e você não mudou muito...
Só o tempo passou um pouco...
Aquela caixinha você guardava tudo aliás, ainda guardo...
E sei um dia num futuro próximo as crianças que agora pai e mãe mostrarão aos nossos netos um passado tão lindo que tivemos e ainda vivemos.



( EDUARDO BARROS )

MEU CORPO SE FOI


Minhas mãos sobrepostas frias e sem cor, cruzam o meu peito e eu em meu leito sombrio e profundo.
As rosas que chegam, os cravos que cobrem o meu corpo que já não me pertence, pois ele se foi ontem após o almoço.
Como dói ver vocês amigos, meus parentes, meu irmão, minha mãe num choro inconsolável da dor que se sente.
Ainda não entendo o porque eu aqui vendo tudo e todos...quando todos aqui não me vêem...
Me sinto perdido e vejo nuvens brancas sobre o meu cadáver...vejo o céu e um enorme clarão vazio e me sinto adormecido.
Acho que me vou agora.

Partida terrena porém tranquila...um manto branco me cobre.
E eu daqui, subo e vou para algo estranho, não sei dizer...confusão mental ainda, me vou, até outro dia.


(EDUARDO BARROS)

DESEJO


No canto, no banco eu te desejo e te apalpo, você diz não e eu digo sim...
Mãos que não param como tentáculos de um polvo pegando a sua presa.
Você aceita e eu me deleito aos belos e carnudos seios que engulo todo.
Naquele canto, naquele banco, atrás da floreira eu enfim te tenho toda só pra mim, e alí com a adrenalina derramando sobre o suor do medo, a gente goza e descansa pra quem sabe a noite repetirmos o ato sublime do namoro do sexo a dois.

(EDUARDO BARROS)

VINIL


Canto meus discos...
ainda guardados minha vitrola ainda reina e vive.
Ouço meus sonhos passados...
- Let it Be e Imagine - canto Pink Floyd ouço Djavan...
Janis Joplin viciada e morta.
No caminho vem Cazuza e Renato Russo...
Velho Tim e Elis. Ouço tudo...
prazer excitante e a vitrola ainda toca tudo.
Sem o som digital mas em bom tom...
o Jobim que saudade.
E deitado eu canto meus discos...
bolachas guardadas me trazendo o passado...
Meus anos dourados.


(EDUARDO BARROS)