Antes como uma folha que vi brotar num galho, e uma linda flor nascia, hoje como um fruto seco e podre que se vai ao chão e alguém pisa ...
Te conheci alegre, soberba. Te conheci amorosa, grandiosa. E te vejo morrer vazia, sem luz ...
Antes bela cachoeira, onde suas águas cálidas e as vezes rebelde sempre linda. Hoje, uma gota que aos poucos seca, morre ...
Quando te vi nascendo, muitos eram os pássaros que aqui sobrevoavam e nos seus galhos cantavam. Hoje apenas carcaças caídas sobre o chão onde os abutres pairam e se fazem na mesa dos que aqui chegam.
(EDUARDO BARROS)
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