quarta-feira, julho 12, 2006

DESCANSO DE MENINO


De férias escolares nós viajávamos...
acordar cedo quanta pressa pra partir.
De rosto colado no vidro da janela daquele

trem ainda de madeira eu olhava para o campo...
gritava, ria quanta alegria.
Naquele lugarejo ao chegar eu

pedia logo pra cavalgar...
aquele moço matudo com os arreios na mão...
me levava por caminhos novos desconhecidos.
O dia passava rápido tomava banho de rio

pescava piá no lago na cozinha eu olhava
as galinhas serem mortas...
achava engraçado e ria.
Aquele cozinheiro puxando o

pescoço da ave com força...
e as jogava no terreno de barro.
Pulavam e saltitavam...
depois paravam e mortas
serviam de alimento pra gente.
No final da tarde quase noite

sentava no banco da praça...
e escutava o moço com a sanfona
cantar aquelas modas do campo.
Cansado, deitado ao colo da minha mãe...

adormecia recuperava forças para o
outro dia de bagunça naquela roça.

(EDUARDO BARROS)

1 comentário:

Anónimo disse...

Achei simples e verdadeira "Descanso de Menino". Quem ja não passou por uma estória parecida como essa. Mamãe estava lendo e disse que quando era menina, não via a hora de chegar as ferias escolares para seguir viagen de trem para o interior, fazenda onde moravam os parentes da babà dela. E tudo acontecia exatamente como narrou o amigo Eduardo em forma tão simples e poética . Gostei muito dessa poesia assim como as demais. Continue a nos presenyear com elas amigo querido...